sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

CAMPINAS e HOTOLÂNDIA: Avança a greve na MABE

Já vem desde maio a conversa mole da MABE Brasil: fecharam a planta em Itu, tentaram arrancar as ferramentas da planta de Campinas e uma chuva de ameaças também em Hortolândia. Já disseram no final do ano, quando estávamos entrando em coletivas, que votar pela greve significaria a falência da empresa; que na verdade que nós trabalhadores devíamos dinheiro para a empresa porque o faturamento de 2013 foi negativo; mas esquecem-se de falar dos altíssimos bônus e regalias (viagens luxuosas, carros importados) da gerência e dos altos cargos, enquanto nosso suor foi pelo ralo sem fundo do bolso do Luis Berrondo (presidente da MABE no México). Mas demos mais um passo ontem em Hortolândia contra toda a tentativa de golpe da empresa, vamos para a greve.

Não abriremos mão de cada gota do nosso trabalho, e nosso PLR é apenas parte dele. Exigimos o pagamento dos 2800 reais, 1400 para um duro ano de trabalho é troco de pão. Devemos iniciar hoje a greve também em Campinas e avançar para uma luta unificada em defesa dos trabalhadores da MABE Brasil, nossos direitos e também a defesa do nosso emprego, o maior de todos os direitos. 

Quando a empresa tentou retirar as ferramentas da planta de Campinas na calada da noite, ao mesmo tempo que fechava a unidade de Itu, nós acampamos na frente da empresa e impedimos esse golpe contra os trabalhadores, foi uma importante conquista nossa. Mas as chantagens e ameaças não pararam, não torcemos ainda o braço da empresa. Milhares de boatos se espalham e a MABE se nega a dizer a verdade para os trabalhadores. Chega de enrolação: onde foi parar toda a nossa produção? Devemos exigir que a empresa abra publicamente o seu livro de contabilidade, é direito de todos os trabalhadores da MABE saber onde foi parar cada centavo daquilo que produzimos, sabendo que em 2012 a maior parcela do lucro da MABE em todo mundo foi responsabilidade da MABE Brasil, ou seja, do suor do nosso trabalho.


E não é só isso, por anos trabalhamos para a empresa, e apenas a patronal de toda a MABE se enriqueceu, lucrou por anos em cima de nosso suor. Sabemos que dinheiro há e sempre houve. O que produzimos aqui no Brasil pagou as regalias da patronal e da chefia daqui e também da Sede no México. Se dizem que não há dinheiro, queremos então pegar de volta os lucros dos patrões que produzimos por anos.

O sindicato não pode vacilar agora, devemos começar uma grande luta unificada que começa pelo nosso PLR, mas que seja a defesa dos nossos empregos. Mais nenhum PDV, mais nenhum demitido. Se a empresa ameaçar a demitir, precisamos retomar nosso acampamento como fizemos no primeiro semestre do ano passado e se a empresa realmente quiser fechar, devemos tomar o que é nosso, ocupar a fábrica e colocar a produção sob nosso controle. Se a empresa sabe apenas administrar seus lucros, nós podemos controlar a produção a serviço de nós que produzimos.


- Pagamento já do nosso PLR. Tudo o que produzimos nos deve ser pago.

- Chega de chantagem e ameaças. Abertura imediata do livro de contabilidade da empresa. Queremos saber onde está todo o dinheiro da nossa produção.

- Nenhum demitido mais, se a MABE não sabe administrar a empresa, nós podemos garantir os empregos e a produção.

- Construir uma grande greve e cerca-la de solidariedade para que os trabalhadores vençam e não a empresa.

- Colocar de pé desde já um fundo de greve para que a decisão da nossa luta não fique nas mãos da empresa e da justiça. Levantar dinheiro para que nosso salário seja garantido também pela solidariedade é permitir que tenhamos condições de vencer.

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