sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Trabalhadores de diversas categorias chamam: venha construir o
Boletim Classista!

“Na situação de hoje, em que nos encontramos como classe operária dividida e que os meios de comunicação são manipulados pela burguesia, um boletim escrito pela classe operária é muito importante para que consigamos nos organizar. Não como setores divididos, mas sim como classe. Já tenho claro que não basta fazer greves combativas, pois já fizemos várias nos Correios, mas a burocracia nos traiu. Temos que aliar toda a classe trabalhadora e sempre buscar aliança com a população.
Para isso, nossa categoria tem uma posição privilegiada, pois chegamos a cada casa neste país.” A – delegado sindical dos Correios


“Nós somos metroviários da agrupação Metroviários pela Base, que lutamos recentemente junto aos trabalhadores da Façon, dando um exemplo de unidade das fileiras operárias!
Achamos que a única forma de fazer com que os capitalistas paguem pela crise é unificando os trabalhadores e lutando para nos organizar desde a base, para que uma categoria
tão estratégica como os trabalhadores do Metrô possa mostrar todo seu potencial de luta, em unidade com os usuários, que também são trabalhadores!
O Boletim Classista é uma ferramenta nesse caminho!”
Marília Rocha, operadora de trens na Linha 3 – Vermelha do Metrô. 


“Há alguns meses atrás os trabalhadores da Façon, junto com companheiros do Metroviários pela Base e do Sintusp, além de estudantes da USP e Fundação Santo André tivemos uma marcante experiência de luta, organização e unidade entre diferentes categorias. A aliança entre terceirizados, quarteirizados e metroviários efetivos também mostrou como é forte. Naquela luta, além de nos enfrentarmos com a empresa também precisamos combater o SINTRACON (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil), que se utilizava de métodos burocráticos para impedir nossa organização e luta. Depois dessa experiência vejo como o Boletim Classista é uma ótima ferramenta para seguirmos nos organizando entre os que participaram da luta e também chegando a outros trabalhadores.”
Givanildo, ex-trabalhador da Façon (empresa "quarteirizada" do metrô)

“Nos organizamos com o boletim ‘Uma Classe’ para colocar de pé uma verdadeira alternativa para os trabalhadores e trabalhadoras bancários que queiram se organizar desde a
base, na luta para retomar em nossas mãos o Sindicato que hoje se encontra dominado por uma burocracia sindical que defende os interesses dos patrões e dos governos. Recuperamos o método histórico dos piquetes organizados pelos próprios trabalhadores a partir de suas unidades de trabalho, e lutamos para que as assembleias voltem a ser espaços controlados pelos trabalhadores da base, e não por esses verdadeiros “agentes” da burguesia como Juvandia e Cia., que precisam se proteger com seguranças para impedir a manifestação da base. O Boletim Classista deve ser uma nova ferramenta para organizar nossos combates em conjunto com trabalhadores de outras categorias.”
Edison, Delegado Sindical da Ag. Sete de Abril da Caixa


“Convidamos todos os trabalhadores e trabalhadoras, efetivos e terceirizados, temporários, desempregados e donas de casa a debaterem e impulsionarem
conosco um boletim que coloque a força da classe operária e as ideias dos trabalhadores na ofensiva, contribuindo para nossa organização para além do local de trabalho e servindo como uma ferramenta de luta contra a burocracia sindical, contra a burguesia e contra os efeitos da crise capitalista em nossa país, nos aliando com trabalhadores não só do Brasil, mas do mundo inteiro”.
Marcelo “Pablito”, e Claudionor Brandão, diretores do Sintusp

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"Um boletim classista e revolucionário para organizar os trabalhadores"

Publicamos abaixo trechos da entrevista que o Jornal Palavra Operária (JPO) fez com Claudionor Brandão, diretor do Sintusp e demitido político do governo Serra, Diana Assunção, diretora do Sintusp e processada pela Reitoria da USP e Silvana Ramos, ex-trabalhadora terceirizada da USP e dirigente da luta das trabalhadoras terceirizadas da Dima em 2005, sobre o “Boletim Classista”, nova ferramenta dos trabalhadores que já teve seu segundo número publicado.
Silvana                                     Brandão                                   Diana
JPO: Qual o objetivo deste boletim e porque este nome?

Brandão: O objetivo do boletim é ser uma ferramenta de luta e organização dos trabalhadores, que não se restrinja às questões sindicais ou corporativas. Há uma “tradição” do sindicalismo brasileiro que é separar o “sindical” do “político” e assim acabar contribuindo com a estratégia da burguesia que quer manter a ação dos trabalhadores restrita às lutas sindicais. Isso só pode acontecer com uma luta política contra a burocracia sindical que usa os sindicatos para defender os interesses dos patrões. O boletim se chama “classista” para deixar bem marcado um perfil de independência de classe dos trabalhadores diante da burguesia e dos governos. Mas na verdade é um nome provisório porque o que queremos mesmo é que os próprios trabalhadores que considerarem que esta é uma boa ferramenta definam qual é o nome mais apropriado.



JPO: A capa do primeiro número colocava como eixo a questão do voto nulo nas eleições municipais. Porque vocês escolheram este tema?

Diana: Justamente por esta questão que o Brandão colocou anteriormente. Então nada mais apropriado do que levar aos trabalhadores uma posição classista e revolucionária sobre as eleições municipais. Não é um debate fácil, muitos trabalhadores tem ilusões sobre o que foi o governo Lula e o que é o governo Dilma. Por isso, buscamos no boletim denunciar o próprio processo eleitoral da burguesia. Também denunciamos os partidos como PSDB, PP, PFL, PMDB, entre outros, demonstrando que o PT é parte destes setores e não governa para os trabalhadores. Por isso nosso boletim deve armar os trabalhadores para lutar contra os ataques do governo como o Acordo Coletivo Especial (ACE) que flexibiliza os direitos dos trabalhadores.

JPO: Como é a atuação de vocês na Diretoria do Sintusp?

Brandão: Nós estamos na Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP como minoria, a partir de uma chapa que formamos com o Coletivo Piqueteiros e Lutadores. O Sintusp está entre os sindicatos mais combativos do país que se manteve independente dos patrões e dos governos mesmo depois de toda a ofensiva neoliberal e ataques das últimas décadas, diferente dos sindicatos da CUT, da Força Sindical e outras. Por isso somos parte desta Diretoria compartilhando com o Coletivo a unidade nas lutas contra os ataques do reitor Rodas. Neste momento levamos adiante a luta contra os processos, mas também pela democratização radical da universidade. Além disso, na Prefeitura do Campus temos realizado reuniões quinzenais com mais de 100 trabalhadores contra o desmonte desta unidade.

Diana: Essas lutas são fundamentais, por isso mesmo ainda que mantenhamos divergências estratégicas com estes companheiros, como a necessidade da construção de um partido revolucionário dos trabalhadores, mas também a questão da liberdade de tendências no movimento operário e a democracia operária, estas divergências não impediram a atuação comum na Diretoria com um programa classista e combativo. Isso porque é importante remarcar nossas posições e debater com outras concepções, como viemos fazendo. Isso é parte de uma tradição internacional, na Argentina a Chapa Marrón Classista que protagonizou a luta de Zanon em 2011, ganhou mais uma vez com 70% dos votos a eleição para o Sindicato Ceramista de Neuquen, e deram um aporte para a classe operária argentina implementando a proporcionalidade e permitindo que se expressassem todas as tendências desta categoria.



JPO: A questão da terceirização será um tema importante?

Silvana: Certamente. Eu vivi uma luta operária que está retratada no livro “A precarização tem rosto de mulher” a partir de entrevista comigo e considero que este “Boletim Classista” pode ser uma ótima ferramenta para chegar a mais trabalhadores terceirizados como eu. No bairro em que moro próximo a USP será uma ferramenta importante para discutir com colegas de trabalho e da região, pois muitas são trabalhadoras terceirizadas e ficarão entusiasmadas com um boletim que defende a efetivação dos terceirizados sem concurso público. Além disso, o último número do boletim tratou do tema da violência policial, num momento em que há assassinatos, toque de recolher e invasão de favelas como a São Remo e Paraisópolis.

JPO: Vocês também tem impulsionado “grupos de discussão” sobre marxismo. Como tem funcionado estes grupos?

Brandão: No começo do ano surgiu a idéia destes grupos de discussão, porque para nós revolucionários é fundamental a propaganda das idéias do marxismo. Começamos com o “Manifesto Comunista” com vários grupos de discussão e depois veio a idéia do “Programa de Transição”. Fizemos um debate com mais de 30 trabalhadores onde buscamos debater com os trabalhadores o que era o “Programa de Transição” e porque ele é útil ainda hoje, num momento em que o mundo é atingido por uma crise capitalista, um momento em que os trabalhadores e a juventude se levantam e que alguns efeitos da crise já começam a atingir o Brasil. Levar estas idéias para os trabalhadores é apaixonante para expressar que a classe operária não tem fronteiras, é internacional e que a nossa luta não começa do zero. (...).

JPO: Quais são os próximos passos?

Diana: Estamos organizando dezenas de panfletagens na USP, na São Remo e em outros locais da Região Oeste, região onde queremos construir um centro de cultura e política. Para as panfletagens massivas temos contado com os estudantes da Juventude Às Ruas que estão apoiando ativamente a construção deste boletim e se dispondo a ir para panfletagens às 5h da manhã. Queremos chegar nos setores mais explorados da classe, dando muita ênfase também na luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras, do povo negro e dos homossexuais, e também dos povos originários defendendo firmemente os índios Guarani-Kaiowá. (...).



www.pts.org.ar

Assumiu Raul Godoy, primeiro deputado trotskista na história de Neuquén
14 de dezembro de 2012
Na tarde de 14 de dezembro Raúl Godoy, operário de Zanon e dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), assumiu seu lugar na bancada da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores no legislativo de Neuquén. Godoy é o segundo na rotação dos deputados das forças que compõem a Frente de Esquerda (Agrupação Marrón, PTS, PO e IS) e substituirá o deputado Alejandro López, operário de Zanon e membro da Agrupação Marrón de ceramistas, que havia renunciado na sessão do dia anterior. Christian Castillo, da direção nacional do PTS e dirigente da Frente de Esquerda, viajou especialmente a Neuquén para apoiar Godoy na sua posse.
Ao canto de “todos esses deputados são dos capitalistas, mas os nossos deputados são operários e socialistas”, além de outros em apoio à luta de Zanon e do Sindicato Ceramista, um forte bloco composto por operárias e operários ceramistas, trabalhadores da educação e da saúde, papeleiros, cassino, estudantes secundaristas e universitários tomaram a parte superior do recinto legislativo para acompanhar Godoy no momento de juramento da posse.
O novo deputado da FIT prestou juramento em nome “da classe operária internacional e seus mártires, pelos povos oprimidos do mundo e pela memória dos 30.000 desaparecidos”, provocando aplausos dos presentes em um clima de muita emoção e também combatividade.
Logo após o juramento foi realizado em uma sala intermediária um pequeno ato, no qual se pronunciaram Raúl Godoy, Alejandro López e Christian Castillo.


Raú Godoy se expressou dizendo que “essa tarde me emociona, assumir como novo deputado regional e da Frente de Esquerda, como operário de Zanon e membro do PTS, vou continuar com a linha de trabalho que começou Alejandro. Essa bancada está a serviço das lutas dos trabalhadores e setores populares e também para lutarmos no terreno da política por uma alternativa própria dos trabalhadores. Assim como nos locais de trabalho lutamos por sindicatos sem burocratas, lutamos também por um partido de trabalhadores sem patrões, pela independência política dos trabalhadores”.
Alejandro López remarcou o respeito adquirido pela bancada da FIT em base a luta do Sindicato Ceramista e com o conjunto dos trabalhadores que veem nessa bancada uma referência e ferramenta de luta, apontando que “estamos fazendo um balanço mais que positivo. Trouxemos a luta de classes para dentro do poder legislativo, colocamos a bancada a disposição da luta do conjunto dos trabalhadores. Ficou marcada nossa coerência como trabalhadores, pois como falamos antes de assumir, recebemos o mesmo que na fábrica e o restante do salário doamos a fundos de greve e ajudamos vários companheiros que lutam contra a exploração ou com necessidades sociais. Passou um ano e estamos rodando, como também fizemos quando éramos dirigentes do sindicato e voltamos ao trabalho depois de cumprir nosso mandato.”
Por último, Christian Castillo destacou a importância regional e nacional de que exista um representante dos trabalhadores que lute dentro do legislativo contra os representantes políticos da classe capitalista. Assinalou como se trata de um “fato inédito a rotação da bancada operária da Frente de Esquerda, que contrasta com todos os políticos com salários milionários que se apegam a seus cargos. Essa bancada conquistada pela FIT não só tem tido muita repercussão e tem despertado expectativas em Neuquén, mas também é uma referência nacionalmente. Para nós, desde o PTS, é um orgulho que hoje assuma nosso companheiro Raúl Godoy, o primeiro deputado trotskista em Neuquén, assim com foi há um ano, quando Alejandro López foi o primeiro deputado operário da província.”
Desde o PTS dedicamos todas as nossas forças para conquistar posições em setores chave da indústria e dos serviços, entre os setores mais explorados e oprimidos dos jovens e das mulheres trabalhadoras, para a construção de um partido revolucionário de combate. Colocamos a bancada ontem assumida por Raúl Godoy a serviço dessa perspectiva.



Repercussão na mídia (Argentina):
La Mañana Neuquén (14/12/2012): Godoy ya ocupa la "banca obrera"
Diario Río Negro (14/12/2012): Diputados dieron vía libre a los bonos de
Quiroga (menos Godoy, en su primera votación)
Diario Río Negro (13/12/12): Raúl Godoy jurará hoy como diputado del FIT
Página/12 (13/12/12): Zanon a manos de los trabajadores
Diariamente Neuquén (13/12/2012): La fábrica en la Legislatura
La Mañana Neuquén (12/12/2012): Asume otro ceramista en la Legislatura

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


www.ler-qi.org
PERSEGUIDO POR LUTAR

Há quatro anos da demissão inconstitucional do Brandão, o TRT anula decisão da 1ª instância e determina que juíza responda questões sobre as quais se omitiu

Reproduzimos abaixo boletim do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) sobre a luta pela reintegração de Brandão, dirigente operário da categoria e militante da LER-QI. No texto abaixo é relatada a negativa do TRT em seguir com o processo contra Brandão sem os fundamentos cabíveis, demonstrando mais uma vez a inconstitucionalidade do mesmo. Dentro e fora da USP seguimos, há 4 anos de sua demissão inconstitucional pela Reitoria da USP e pelo governo José Serra, na luta por sua reintegração imediata, como parte da luta contra a repressão dentro e fora das universidades.
12/11/2012
PERSEGUIDO POR LUTAR
Há quatro anos da demissão inconstitucional do Brandão, o TRT anula decisão da 1ª instância e determina que juíza responda questões sobre as quais se omitiu
No dia 24/10 ocorreu o julgamento pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do processo de reintegração do Brandão, demitido arbitrária e ilegalmente no dia 09 de dezembro de 2008 pela Reitoria da USP, na gestão da Profª Suely Vilela, e pelo governo do Estado de São Paulo, naquele momento também governado pelo PSDB, na figura de José Serra. Depois de haver concedido a reintegração do Brandão no dia 15 de junho de 2009 por meio de um mecanismo jurídico chamado “tutela antecipada”, a mesma juíza da 26ª Vara do Trabalho emitiu uma sentença negando o pedido de reintegração do Brandão sem responder às irregularidades jurídicas praticadas pela Reitoria da USP ao demitir um dirigente sindical que gozava de estabilidade assegurada pela CLT e pela Constituição.
Diante disso, o TRT anulou a decisão de 1ª instância (que negou o pedido de reintegração do Brandão), determinando ainda que o processo retorne à 1ª instância para que sejam respondidas cinco questões sobre as quais a juíza se omitiu.
Em que contexto ocorreu A DEMISSÃO ILEGAL E ARBITRÁRIA DO BRANDÃO?
A demissão do Brandão foi um divisor de águas que marcou o início de uma ofensiva repressiva por parte da Reitoria da USP e do governo do Estado, que, no ano seguinte, transformou a universidade em um campo de batalha, com a polícia militar perseguindo, espancando e prendendo estudantes e funcionários da universidade no dia 09 de junho de 2009.
Nos anos seguintes, os processos administrativos que já corriam contra diretores e ativistas do Sintusp, como Magno, Neli, Solange, Zelito, Aníbal, Luis Claudio, Rosana Bullara, multiplicaram-se mês a mês, atingindo mais diretores, como Pablito e Diana, e outros lutadores da categoria, como as companheiras Mary e Nair e o companheiro Bruno, integrantes do Conselho Diretor Base (CDB) do Sindicato, além dos companheiros Ana Melo e Fabio. No mesmo período, também foram instaurados dezenas de inquéritos policiais e vários processos penais contra toda a Diretoria do Sindicato. Já são 8 estudantes eliminados, 6 suspensos e mais 85 sofrendo processo administrativo e respondendo a inquéritos policiais por terem exercido o direito de lutar contra a militarização do campus e por moradia estudantil, além da Diretoria da Adusp, que sofreu uma interpelação judicial por ter se manifestado contrária à política da Reitoria em seu informativo.


A criminalização das atividades políticas e sindicais na USP em número de expulsões e processos administrativos calcados na perseguição política é maior do que em toda a ditadura militar. Mas as ações ditatoriais da Reitoria não param por aí. Tivemos também os casos de espionagem criminosa contra o Sintusp, Adusp e DCE, e até contra diretores de unidades não alinhados com a política do Rodas, tais como o Diretor da Faculdade de Direito, Prof. Magalhães. Essa espionagem foi realizada por uma equipe autodenominada “Sala de Crise”, e seus relatórios detalhados de atividades políticas e sindicais foram dirigidos à Reitoria da USP, na pessoa do chefe de gabinete, conforme dados já amplamente veiculados pela imprensa. Isso sem falar nos coronéis da Polícia Militar que tomaram a direção da política de segurança da USP e que têm, frequentemente, aparecido em reuniões sindicais para espionar e intimidar os trabalhadores, principalmente na Prefeitura do Campus.
RESUMO DA SENTENÇA DO TRT E EXPLICAÇÃO DOS SEUS FUNDAMENTOS
Vejam que as questões omitidas na sentença da primeira instância foram exatamente as que dão fundamentos à defesa de ilegalidade da demissão do Brandão:
“Destarte, pronuncio a nulidade processual por negativa de prestação jurisdicional, determinando o retorno dos autos à origem, para o devido enfrentamento dos embargos de declaração ofertados pelo reclamante nos pontos essenciais que foram omitidos: exigência do inquérito judicial e imprestabilidade dos processos administrativos; extrapolação do prazo legal do inquérito; perdão tácito; falta de imediatidade na aplicação da pena; garantia de emprego do diretor sindical contratado pelo regime da CLT, de acordo com o livre convencimento da D. Magistrada”.
A anulação da decisão de 1ª instância se baseou nos seguintes fatos:
1) A decisão de 1ª instância deixou de se pronunciar sobre a alegação da defesa do Brandão de que não foram respeitados os trâmites legais para apuração da conduta de funcionário da Universidade de São Paulo desde 21/09/1987, membro fundador e dirigente da entidade sindical dos funcionários que, quando foi demitido, estava também em meio ao mandato de representante da categoria no Conselho Universitário da USP (a mais alta instância de decisão da instituição) e, portanto, somente poderia ser demitido por justa causa mediante processo judicial que comprovasse sua culpa com base nas acusações tecidas pela USP, O QUE NÃO FOI FEITO E MUITO MENOS COMPROVADO. Isso significa que Brandão NÃO PODERIA TER SIDO DEMITIDO ATRAVÉS DE UM PROCESSO ADMINISTRATIVO, que, teoricamente, deveria estar subordinado à legislação trabalhista, que lhe assegura um processo judicial isento;
2) A decisão de 1ª instância deixou de se pronunciar acerca do fundamento de defesa de Brandão, no sentido de que não foram respeitados os prazos judiciais para a instauração daquele processo judicial, de modo que a Reitoria TENTA SE APOIAR EM ACUSAÇÕES DE MAIS DE 10 ANOS ATRÁS para punir Brandão, o que evidencia que é a própria USP quem determina como será e de que forma serão concluídos os processos administrativos, desrespeitando inclusive os prazos previamente estipulados por ela mesma e aqueles determinados pela própria legislação trabalhista;
3) A decisão de 1ª instância não esclareceu se foi respeitado o prazo de 30 dias para a aplicação de uma eventual pena, como determina o artigo 853 da CLT, que diz: “ Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado ”;
4) A decisão de 1ª instância não decide se o não cumprimento destes prazos implica perdão tácito, ou seja, a omissão do empregador em punir o trabalhador por suposta falta. Caso não aplicada neste prazo, PERDE SUA VALIDADE. Isso significa que a USP não respeita sequer os mais elementares preceitos jurídicos, como a chamada “imediatidade na aplicação da pena”. O pano de fundo está na forja de processos administrativos, que são verdadeiras farsas determinadas pela Reitoria, não para apurar fatos, mas para atender a um objetivo previamente determinado: perseguir, punir por dispensa infamante, para desprestígio da pessoa do dirigente, da categoria sindical representada e da instituição do Sindicato dos Trabalhadores, excluindo legítimos dirigentes sindicais, combativos e classistas como Brandão;

                                         

5) No caso do Brandão, as aberrações tornam-se ainda mais gritantes pelo fato de ele ser comprovadamente, por documentos da própria Reitoria, um dirigente sindical, contratado pela CLT e, que, portanto têm estabilidade constitucional, como determina o artigo 8º da Constituição Federal: “é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei”;
6) O caso do Brandão é uma prova de que, apesar do discurso de neutralidade, instituições como a USP andam acima da lei e detêm em suas mãos o poder de acusador, juiz e algoz, ou seja ACUSA, JULGA E PUNE aqueles que são considerados um obstáculo ao projeto de privatização de Rodas, do PSDB e do governo de São Paulo.
CHAMAMOS TODOS OS TRABALHADOR@S, ESTUDANTES E PROFESSORES A CONTINUAREM NA LUTA PELA REINTEGRAÇÃO IMEDIATA DO BRANDÃO!
Reintegração dos estudantes expulsos! Revogação das suspensões aos estudantes! Retirada de todos os processos e inquéritos contra estudantes e trabalhadores!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Continuam os piquetes de distribuição do Boletim Classista nº2!

Publicamos abaixo vídeo de Fábio, militante independente da agrupação Metroviários pela Base (MpB), que organiza trabalhadores do Metrô de São Paulo e é composta também pelos militantes da LER-QI.
Os Metroviários pela Base distribuíram o Boletim em diversas estações do metrô e seguiram em discussões com seus colegas de trabalho.


sábado, 8 de dezembro de 2012

Piquete de distribuição


O Boletim Classista é uma ferramenta para a organização dos trabalhadores, por isso realizamos piquetes de distribuição, com o apoio da Juventude às Ruas, buscando fazer com que as ideias revolucionárias cheguem a mais trabalhadores e para que possamos discuti-las com todos.