sexta-feira, 19 de julho de 2013

BOLETIM CLASSISTA #4

O 11 de julho: uma primeira ação dos trabalhadores


Milhões de trabalhadores estiveram atentos e a postos para o dia 11, e se não vimos paralisações em milhares de fábricas e empresas nem milhões de trabalhadores nas ruas, em atos e bloqueios de estradas, foi por pura responsabilidade da burocracia sindical que tudo fez para fazer do 11 de Julho um dia "de atos ordeiros e pacíficos" sem objetivos claros a atacar. Os trabalhadores estão com uma grande disposição de luta e em todas as fabricas que este boletim chegou – metalúrgicas, gráficas, químicas, alimentícias etc – vimos isso. 

As direções das centrais sindicais governistas como CUT e CTB, ou ligadas aos partidos patronais como Força Sindical e UGT, nada fizeram para unificar os trabalhadores com as grandes manifestações em junho. Agora no dia 11 de julho mais uma vez, não colocaram as suas forças para organizar os trabalhadores e unificar a luta com a juventude. Se eles não tivessem impedido os trabalhadores de lutar e de se organizar, o pais teria parado nesta dia 11 de julho.

Apesar destes sindicalistas vendidos aos patrões e aos governos, a classe operária está novamente na arena. Os patrões não conseguirão mais nos explorar como antes. Estamos mais fortes. Devemos nos organizar em cada local de trabalho para exigir que as direções sindicais deixem de ficar ao lado da patronal e coloquem os sindicatos a favor das nossas lutas por salário, condições de trabalho e melhores condições de vida (transporte, moradia, educação pública e gratuita etc.). As centrais estão chamando novos dias de luta e paralisação, em 6 e 30 de agosto. Que eles venham a cada local de trabalho organizar a luta!


Que os sindicatos rompam com os governos e a patronal. Por sindicatos que se coloquem ao lado dos trabalhadores!

Companheiros, como estamos vendo a tempos, a direção da maioria dos sindicatos não está a serviço dos trabalhadores. Raramente aparecem no chão de fábrica, não organizam assembléia para que nós possamos organizar a luta. Aparecem nas fábricas cheios de promessas e nunca mais voltam. Negociam com a patronal pelas nossas costas. Trazem seus deputados apenas para ganhar nossos votos, sendo que estes parlamentares nunca estão do nosso lado nas lutas.

Tanto os sindicatos da Força Sindical, como metalúrgicos de São Paulo e Osasco, como o de alimentação de São Paulo, como os da CUT, metalúrgicos do ABC, bancários e professores, são farinha do mesmo saco. Os dirigentes destes sindicatos a anos não trabalham, vivem as nossas custas e ainda por cima defendem mais os interesses dos patrões do que os nossos.

Temos que nos organizar para exigir a ruptura dos sindicatos e suas direções com os governos e a patronal. Temos que exigir assembleias democráticas em todos os locais de trabalho. Temos que nos organizar para tomar os sindicatos das mãos destes dirigentes vendidos. Os operários de Osasco têm uma longa história de organização de comissões de fabricas e luta pela retomada dos sindicatos. Vamos fazer como fizeram nossos país e avós, em cada fábrica e local de trabalho vamos nos organizar, exigir que o sindicato organize assembleias de base e coloquem todo seu peso a serviço da nossa luta. Unidos e organizados vamos controlar nossos sindicatos! Que todos os dirigentes sindicais voltem para o chão de fabrica! Chega de cabide de emprego nos sindicatos!

Quem somos nós?

Nas últimas semanas distribuímos esse Boletim Classista em muitos locais de trabalho. Algumas vezes os companheiros nos confundem com o sindicato. Não somos destes sindicatos que estão mais do lado dos patrões que dos trabalhadores. Somos jovens estudantes e trabalhadores que participaram das manifestações vemos que para a população avançar em seus protestos e conquistar transporte, saúde, educação e moradia de qualidades é necessário que queremos agora ajudar todos os trabalhadores e se organizar para lutar. Participe deste movimento, ele também é seu.

Um sindicato diferente

Alguns companheiros deste Boletim Classista fazem parte do sindicato dos trabalhadores da USP. É um sindicato diferente dos outros. Na USP o sindicato organiza todas as lutas através de assembleias e reuniões de unidade onde todos os trabalhadores podem se colocar e decidir os rumos da sua luta. Na USP o sindicato também organiza os trabalhadores terceirizados e luta pela efetivação e igual direito para todos. Não faz nenhuma negociação com a chefia sem consultar a posição dos trabalhadores. Não cobra imposto sindical nem taxas obrigatórias aos trabalhadores. É de sindicatos assim que precisamos!

terça-feira, 9 de julho de 2013

BOLETIM CLASSISTA #3



11 de Julho: os trabalhadores devem entrar em luta ao lado da juventude e do povo pobre e negro!


Esse dia nacional de luta dos trabalhadores, chamado por todas as principais centrais sindicais, é uma oportunidade para nós trabalhadores nos mobilizarmos, para que nossa classe, se organizando a partir de cada local de trabalho com suas demandas, se unifique com as manifestações em que a juventude tomou a linha de frente e que conquistaram a redução das tarifas do transporte público em dezenas de cidades e mostraram aos políticos quem é que manda. A mobilização deve continuar até mudarmos completamente o país! E os trabalhadores, com nossos métodos, como as greves que podem paralisar toda a produção do país, podemos fazer a diferença!
No entanto, os diferentes partidos da burguesia e da ordem estão tentando desviar o movimento, e a política da presidente Dilma é desviá-lo para os seus interesses, através dos pactos com governadores e parlamentares que incluem uma proposta de plebiscito e reforma política cujo objetivo é desmobilizar sem alterar nada significativo no regime, além de um compromisso com a “responsabilidade fiscal”, que significa menos investimentos, e nas instituições públicas limita o gasto com folhas de pagamento a 60% de seus orçamentos, na maioria dos casos muito menos do que é gasto hoje – na USP, por exemplo, são 104% -, ou seja, implica em arrocho salarial, retirada de direitos e demissões. O governo quer, através da burocracia que dirige as centrais sindicais governistas, como a CUT e a CTB, colocar as ações dos trabalhadores no dia 11 a serviço dessa sua política. É preciso construir com força o dia 11, e intervir junto aos trabalhadores organizados nessas e em outras centrais dirigidas pela burocracia, mas combatendo a política traidora de suas direções.
Em nossa assembleia de trabalhadores da USP votamos alguns eixos, para combater a política do governo, levantar nossas demandas fundamentais por salários, empregos e contra a precarização, e as corretas demandas das mobilizações pelo transporte e pelos serviços públicos, e contra a brutal repressão que vem sofrendo os que lutam, e que nós vivemos há anos, com toda a diretoria do Sintusp processada, além de outros trabalhadores, estudantes expulsos, e o dirigente sindical Claudionor Brandão demitido inconstitucionalmente!

Principais bandeiras levadas pelos trabalhadores da USP para o dia nacional de lutas em 11/7:

• ABAIXO A REFORMA POLÍTICA, O PLEBISCITO-FARSA E O PACTO ANTI-OPERÁRIO E ANTI-POPULAR DE DILMA!
• ESTATIZAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO, SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES E USUÁRIOS! POR UM TRANSPORTE DE QUALIDADE E GRATUITO!
• SALÁRIO MÍNIMO DO DIEESE JÁ! FIM DA TERCEIRIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO! EFETIVAÇÃO DE TODOS OS TERCEIRIZADOS SEM NECESSIDADE DE CONCURSO PÚBLICO!
• VERBAS PARA EDUCAÇÃO, SAÚDE E MORADIA DE QUALIDADE PARA TODOS! CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS! SUS 100% ESTATAL!
• ABAIXO A REPRESSÃO! LIBERDADE IMEDIATA DE TODOS OS PRESOS NAS MANIFESTAÇÕES E FIM DE TODOS OS PROCESSOS! PUNIÇÃO AOS RESPONSÁVEIS PELAS MORTES!
• POR UMA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE LIVRE E SOBERANA!

CONSTRUIR UMA FORTE MOBILIZAÇÃO NO DIA 11 DE JULHO!

USP - DIA 10/7 – REUNIÕES POR UNIDADE, E ASSEMBLEIA 12H30 NO SINTUSP! CONSTRUIR A PARALISAÇÃO E ATO!

CHAMAMOS TODOS OS TRABALHDORES DA REGIÃO A ADERIR, PARALISANDO POR LOCAL DE TRABALHO!


Construa o boletim classista!

Esta uma publicação da Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional e trabalhadores independentes que compõem a minoria da diretoria do SINTUSP e atua juntamente com estudantes e trabalhadores da região. Mande seu depoimento, sua critica, seu exemplo de luta. Sabemos da força dos trabalhadores organizados, por isso chamamos você para nos ajudar a construir essa ferramenta de luta e organização, contra os patrões, os governos e a burocracia sindical.

Discussão de balanço do dia 11 e próximo boletim: USP – TERÇA 16/07 às 12hs e às 18hs no saguão da História


As lutas do país na voz dos trabalhadores:


“ Os trabalhadores tem que sair pra lutar nas ruas pra melhorar  a saúde, educação e acabar com a corrupção e a terceirização. Mas isso nós só vamos conseguir se todos saírem pra luta unidos e não julgar os que lutam como se fossem vândalos.” Vilma – trabalhadora da USP

O plebiscito que a presidente está fazendo é uma grande hipocrisia. Ela está tentando dar um “cala boca” no povo pra deixar tudo como está. Por isso, acho que nós temos que continuar lutando!!”  Jaciara – trabalhadora precarizada do Rio Pequeno

“Estão dizendo agora que “o gigante acordou”, na verdade as lutas do povo sempre existiram .  A diferença é que agora elas tomaram as ruas do centro das capitais e tomaram a  imprensa. Foi nestas lutas que a maioria da população começou a ver o real papel da policia que sempre reprimia nas periferias, nas favelas, no Pinheirinho,  depois disso o movimento não parou de crescer.”  Renato – trabalhador da USP

“Já tá na hora de todos lutarem juntos pra acabar com as desigualdades e injustiças. Não basta apenas uma greve precisamos de uma revolução que acabe com os privilégios dos poderosos.” D. - trabalhador da USP

UM CHAMADO AOS TRABALHADORES DAS FÁBRICAS DA REGIÃO OESTE!


As principais centrais sindicais do país são a CUT, CTB e Força Sindical. A CUT está à frente de grandes sindicatos como o de metalúrgicos do ABC, professores de São Paulo e bancários. A CUT apoia o governo e não está organizando os trabalhadores para lutar, e sim defender a política de Dilma. A Força Sindical, dos sindicatos de metalúrgicos de Osasco e São Paulo, construção civil, alimentação e porto de Santos, não esta mais apoiando o governo Dilma, e por isso pode até chamar paralisações efetivas, como em portuários. Mas como também anda de braços dados com os políticos da oposição de direita (PSDB e outros), também não vai organizar os trabalhadores. Nas indústrias de alimentação, por exemplo, nada foi feito sequer na campanha salarial e muito menos estão organizando a categoria para o dia 11 de julho.

Nosso chamado é para que os trabalhadores se organizem e lutem por suas demandas e por sindicatos que estejam realmente do lado dos trabalhadores. Exigimos em todas as categorias a convocação de assembleias para organizar a luta. Os manifestantes que tomaram as ruas já mostraram o caminho, agora paremos as fábricas para conquistarmos nossas demandas!

VENHA CONHECER O GRUPO DE MULHERES PÃO E ROSAS!


Nós mulheres trabalhadoras devemos estar neste dia 11 de julho para reivindicar os direitos da nossa classe e os nossos direitos como mulheres. Queremos salário igual para trabalho igual, queremos creches, lavanderias e restaurantes públicos para acabar com a dupla jornada que nos obriga todos os dias a continuar trabalhando quando chegamos em casa! Queremos melhor qualidade em todos os serviços públicos, como saúde, educação, transporte, que devem ser estatizados sob controle dos trabalhadores e da população! Basta de ataques às mulheres e homossexuais, não ao Estatuto do Nascituro e ao projeto chamado "cura gay"! Chamamos as mulheres trabalhadoras, as estudantes, donas de casas, desempregadas a conhecer o grupo de mulheres Pão e Rosas e lutar pelos nossos direitos!

Silvana Ramos, linha de frente da luta das trabalhadoras terceirizadas da USP

Juventude às Ruas ao lado dos trabalhadores


Saímos às ruas nesses últimos dias para impedir o aumento da tarifa dos transportes. Conseguimos barrar esse aumento e agora vamos às ruas por muito mais, defendendo os direitos da juventude e da classe trabalhadora! É ao lado dos trabalhadores, com os métodos de luta dessa classe, que conseguiremos arrancar dos governos e dos patrões todos os nossos direitos. Os trabalhadores e a juventude não vão pagar para manter o lucro dos capitalistas: estaremos juntos nesse dia 11 demonstrando que é possível mudar!

Morre Mc Daleste, mais um moleque do funk 


 Com apenas 20 anos de idade, no meio de um show numa quebrada em Campinas, Daleste foi atingido por um tiro. Ainda não existe explicação sobre o caso e assim permanecerá, tal como a morte de milhares de moleques todos os dias nas periferias do país. (...). Do alto de suas breves duas décadas de vida, Mc Daleste mereceu morrer, provavelmente por decisão de um Estado que recentemente aprovou a criminalização dos bailes funk organizados de improviso pelas ruas da cidade por uma juventude que não tem seu lugar (...) Lutamos por uma arte livre e para que a juventude proletária tenha mais direito à vida!