terça-feira, 25 de junho de 2013

Boletim Classista - USP #2


VIVA AS MANIFESTAÇÕES DA JUVENTUDE EM TODO O PAÍS! É A HORA DE ARRANCAR TODOS OS NOSSOS DIREITOS! NÓS, TRABALHADORES, PRECISAMOS NOS ORGANIZAR, COM NOSSOS MÉTODOS E DEMANDAS!

Nas ruas, os jovens nos mostram o caminho!


por Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP demitido político


Nas últimas semanas a juventude brasileira provou que no Brasil também é possível dobrar a intransigência de governos e empresários, a exemplo do que provaram  as imensas mobilizações da “Primavera Árabe” e as lutas que também explodiram em vários países da Europa e América Latina, em que a juventude vem demonstrando que a única forma de obrigar os governos a ouvirem os anseios dos explorados e dos oprimidos é unindo as centenas de milhares e tomando as ruas para exigir o atendimento de suas reivindicações.

Aqui, depois de mandarem a policia assassina reprimir selvagemente as primeiras manifestações contra o aumento das passagens dos ônibus, trens e metrô de São Paulo – o que segue como prática dos diferentes governos em todo o país, com centenas de presos e 5 mortos reconhecidos, além dos mortos nos protestos das periferias, confundidos nos assassinatos policiais já rotineiros - e jurar que não baixariam os preços das passagens, o Prefeito Haddad do PT e o governador Alckmin do PSDB foram obrigados a revogar sim o aumento, frente às centenas de milhares de manifestantes que tomaram as ruas de São Paulo. Mais de um milhão de pessoas, jovens em sua maioria, ganharam as ruas das principais cidades do país e obrigaram governos e prefeitos a retrocederem nos aumentos das passagens. Mas a juventude sente e sabe que seus problemas são muito maiores do que os aumentos das passagens que foram revogados e por isso ela continua nas ruas lutando e protestando.



Nós, trabalhadores, não podemos fazer diferente; devemos parar as fábricas, as empresas de transporte, de trens e metrô, as escolas e o comércio, devemos levantar os problemas da nossa classe e as nossas reivindicações e nos juntarmos às centenas de milhares de jovens que estão nas ruas e lutarmos por elas.

NOSSA PRIMEIRA EXIGENCIA DEVE SER A LIBERDADE DE TODOS OS LUTADORES PRESOS NAS MANIFESTAÇÕES E FIM DE TODOS OS PROCESSOS, EM TODO O PAÍS! FIM DO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA E POBRE E PUNIÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELAS MORTES!


Transporte gratuito e estatal!


Cara de pau, Haddad, depois de ser obrigado a revogar o aumento das passagens, perguntou: quem iria pagar a conta? E disse que seria obrigado a retirar dinheiro da saúde e da educação para poder aumentar os subsídios pagos pelo município à máfia dos transportes, virando a conquista do povo contra ele. Se Haddad quer saber de onde tirar dinheiro, os trabalhadores e a juventude devem exigir: ABRAM OS LIVROS CAIXAS DA PREFEITURA E DO ESTADO E DE TODAS AS EMPRESAS DE ÔNIBUS, DE TRENS E METRÔ, para que todos possamos ver o quanto os mafiosos amigos do Alckmin, do Haddad, e do seu parceiro Maluf faturam por mês roubando o pão dos nossos filhos e tirando da saúde e da educação. Se Haddad não sabe de onde mais tirar dinheiro para continuar enriquecendo seus amigos ladrões, os trabalhadores e a juventude devem exigir: NENHUM CENTAVO MAIS DOS NOSSOS MINGUADOS SALÁRIOS E DOS NOSSOS IMPOSTOS PARA ENRIQUECER LADRÕES! ESTATIZAÇÃO DE TODOS OS MEIOS DE TRANSPORTE COLETIVO, SEM INDENIZAÇÃO A NENHUM EMPRESARIOS, E TRANSPORTE GRATUITO PARA JOVENS, ESTUDANTES, DESEMPREGADOS E APOSENTADOS!


Mais médicos e mais professores, mais escolas, hospitais, postos de saúde e medicamentos para a população pobre e trabalhadora!


Enquanto Haddad e o Alckmin se preocupam em garantir os lucros da máfia dos transportes (mais de R$1 bi a mais em subsídios), e Dilma gasta R$ 28 bilhões na construção de estádios superfaturados, nossos filhos saem das escolas públicas sem condições de para passar num concurso público e muito menos no vestibular. Enquanto parlamentares, juízes e o alto escalão do poder público vivem com privilégios sem fim, pagos por nossos impostos (além dos salários de 27 ou 39 mil reais, são 323 salários mínimos para o gabinete de cada senador, fazendo com que só os parlamentares custem R$ 20 bi, que somados ao calculado em negociatas e desvios regulares chegam a R$79 bi), os trabalhadores e o povo pobre que não podem pagar convênios para a máfia da medicina privada, morrem às centenas todos os dias, pois não há médicos, nem hospitais e postos de saúde suficientes para atender a demanda. Faltam inclusive medicamentos e insumo. A falta de investimentos do governo federal, dos governos estaduais e municipais em saúde está literalmente matando milhares de pessoas todos os anos.

CHEGA DE GASTOS COM COPAS E OLIMPÍADAS! MAIS VERBAS PARA A SAÚDE E A EDUCAÇÃO, PÚBLICAS!QUE OS POLÍTICOS E FUNCIONÁRIOS DO ALTO ESCALÃO DO PODER PÚBLICO GANHEM O MESMO QUE UM PROFESSOR!


Basta de desemprego, de precarização e arrocho


Entre os maiores males que afeta os trabalhadores e juventude do Brasil estão o desemprego, o trabalho precário e o salário de miséria. O salario mínimo necessário para atender as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas está calculado em R$ 2.873,56. Mas, milhões de trabalhadores que ocupam postos de trabalho precário ou terceirizado ganham menos de R$ 700,00, ou seja, um quarto do salário necessário – uma realidade profunda em todo o país, e também aqui na USP, como escancaram as greves das companheiras terceirizadas, como fizeram as trabalhadoras da Higilimp, conquistando da empresa e da USP o pagamento dos salários e direitos com sua organização, greve, e fechamento da reitoria por 11 dias; por isso é fundamental lutar PELO FIM DA TERCEIRIZAÇÃO, COM A EFETIVAÇÃO DE TODAS E TODOS, SEM NECESSIDADE DE CONCURSO PÚBLICO! Mais de 50% dos trabalhadores com carteira assinada ganham menos de R$1.500,00. Na outra face dessa moeda, temos dezenas de milhões de jovens sem escola, que não encontram nem trabalho e nem futuro.

Lutemos nas Ruas por: Piso nacional de salário igual ao salário mínimo do DIEESE: hoje R$ 2.873,56! Pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, divisão social das horas de trabalho disponíveis. Todos trabalhando menos para que todos possam trabalhar!

- 26/6 – Assembléia Geral dos trabalhadores da USP – 12h30, no SINTUSP


 - 27/6 – Dia Nacional de Lutas, chamado pela CSP-Conlutas como parte das mobilizações em todo o país! Ato unificado das estaduais paulistas, na reitoria da UNESP, chamado pelo Fórum das Seis – em Frente à Reitoria da UNESP (Anhangabaú), a partir das 9hOrganizar reuniões de unidade e participar da assembleia, para discutir o ato, paralisação, e medidas de luta dos trabalhadores da USP, em resposta a esses chamados e como parte das manifestações nacionalmente!


- 28/6 – Ato em Osasco, pela Estatização de todo o transporte público, sem indenização! – 17h, na estação Osasco da CPTM


Contra a “cura gay”, Fora Marco Feliciano! Em defesa de um estado laico!


Por Diana Assunção, trabalhadora da FE-USP e diretora do SINTUSP

Na última terça-feira, dia 18/06, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, presidida pelo pastor evangélico Marco Feliciano, aprovou o projeto conhecido como “cura gay”. Este projeto permite que todos aqueles que não se enquadrem nos padrões de relacionamento afetivo e sexual heteronormativos (entre sexos diferentes) sejam tratados como portadores de uma doença! Isso significa um enorme retrocesso não apenas para os homossexuais, mas para toda a sociedade na medida em que permite que a Igreja, através do Estado, possa determinar e impor autoritariamente a toda a sociedade seus padrões de moralidade e costumes, atacando o direito democrático de que cada um possa decidir livremente como e com quem quer se relacionar, um verdadeiro absurdo. Não bastasse o conteúdo racista de outras declarações do pastor Marco Feliciano,  é ainda mais indignante que este projeto tenha sido aprovado a partir das negociatas de cargos em troca de apoio político de partidos como o PSC ao governo de Dilma.



Fora Feliciano! Defendemos um Estado laico, sem a interferência da Igreja, o direito ao matrimônio igualitário, ao aborto legal, livre, seguro e gratuito, o direito à adoção e demais direitos civis aos homossexuais, travestis e transexuais, o fim do acordo Brasil-Vaticano, do ensino religioso, do repasse de dinheiro público às igrejas!


Que os trabalhadores e a juventude em luta não sigam enganados: Suprimir as liberdades de expressão dos trabalhadores e suas organizações só interessa aos governos, aos patrões e aos fascistas!


Por Marcello Pablito, trabalhador da SAS e diretor do SINTUSP

Ao contrário do que os ingênuos pensam e do que os hipócritas dizem, as manifestações não calaram todos os partidos e organizações. As vozes dos partidos, das instituições e organizações da burguesia continuam se expressando em todo país, nas declarações de Dilma, Alckmin, Aécio Neves e mais dezenas de governadores, ministros e parlamentares do PT, PSDB, PMDB, PCdoB e etc., que são levados ao ar pelos microfones da Globo, SBT, Band, Record e etc. Por isso, o rechaço aos partidos, correntes, sindicatos e demais organizações operarias e populares nas manifestações, na verdade só cala as vozes dos trabalhadores organizados. Por isso, os Srs. Willian Bonner, Boris Cazoy e demais porta-vozes da burguesia rejubilam-se quando mostram os partidos e organizações operárias sendo rechaçados por manifestantes.

Quem proibiu os partidos e a organização política foi a ditadura militar, com o AI-5! O rechaço legítimo aos partidos dos exploradores e à traição do PT não pode se virar contra os trabalhadores! O que acontece é sim político, e os trabalhadores precisam se organizar politicamente!

Liberdade de existência e expressão a todos os partidos e organizações operárias e populares que, por defenderem os direitos dos trabalhadores, têm muito pouco ou nenhum espaço para se expressar em rádios, jornais e televisões! 


quinta-feira, 13 de junho de 2013


Leia aqui os artigos do novo
Boletim Classista Especial USP!


Arrancar de Rodas e do CRUESP os 11%!

Viva a mobilização das estaduais
junto a estudantes e professores!

Abaixo a repressão e o PIMESP!
Negociação da pauta unificada Já!

por Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP demitido político

Este ano, depois de anos de reajustes acima da inflação, fruto do histórico de lutas dos trabalhadores da USP e das estaduais paulistas, o CRUESP (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) apresentou um reajuste igual à menor medição da inflação, 5,39%, e encerrou unilateralmente as negociações sobre esse ponto e sobre toda a pauta unificada entre trabalhadores, estudantes e professores das estaduais paulistas. E isso meses depois de a própria Folha de S. Paulo divulgar que as universidades têm R$ 7 bilhões de sobra de caixa – mais do que o orçamento anual de muitos municípios inteiros! – dos quais a USP admite ter em caixa R$ 1,5 bilhão!

Diferente de anos anteriores, em que nós da USP fomos a linha de frente da mobilização, seguidos pelos companheiros da UNESP e UNICAMP, esse ano os trabalhadores da UNICAMP já fizeram paralisações e são os companheiros da UNESP que dão o exemplo: entre os trabalhadores, 13 campi estão parados e vários outros fazem paralisações parciais, com eixo na luta pela equiparação de pisos e benefícios com a USP e pelos 11%. Entre os estudantes, já são nove campi em greve, com eixo na luta por permanência estudantil, contra o PIMESP – Programa de “Inclusão com Mérito” que mantém e aprofunda o racismo e o elitismo da universidade – e por cotas proporcionais como parte da luta pelo fim do vestibular, por uma assembleia estatuinte e contra a repressão. Entre os docentes, o movimento é crescente, com adesão à greve em curso nos campi de Marília, Assis e IA/São Paulo, e paralisações aprovadas para 11/6 em São José do Rio Preto e Rio Claro.




Essa diferença dos anos anteriores se deve à política de Rodas, que foi nomeado por Serra prometendo “pacificar” a USP (acabar com as greves), e depois de fracassar com uma linha de enfrentamento em 2010, quando tentou cortar os pontos na greve e foi derrotado pela ocupação da reitoria, passou a buscar o mesmo objetivo através de concessões, principalmente o plano de carreira que elevou os pisos salariais – por outro lado mantendo a repressão aos que lutam, com processos contra estudantes e toda a diretoria do sindicato, expulsões, e mantendo a demissão de Brandão, e ataques como a demissão de 270 aposentados em 2011. E muitos companheiros estão, de fato mais preocupados com a próxima etapa da progressão na carreira – que não à toa Rodas colocou para logo depois do período de campanha salarial, gerando medo de que a mobilização leve a não receber esse aumento individual, menos custoso para a reitoria do que o aumento coletivo conquistado com luta -, ou com a possibilidade de reembolso de gastos com plano de saúde – enquanto a reitoria segue aprofundando o sucateamento do HU, que deve servir à comunidade USP e a toda a população, e tem o atendimento cada vez pior por falta de estrutura, equipamentos e pessoal.




O objetivo de Rodas é avançar nisso, para poder implementar seu projeto de redução do quadro, principalmente de básicos, substituídos com o trabalho terceirizado, semiescravo, como mostra mais uma vez a luta exemplar das trabalhadoras e trabalhadores da HIGILIMP, em greve desde o dia 10/06 pelo pagamento de salários e benefícios atrasados (ver “Todo apoio à greve dos trabalhadores terceirizados da Higilimp!”, pg.4). Prova disso são os ataques concentrados aos trabalhadores da Prefeitura do Campus e da COESF, enquanto aumenta a terceirização na manutenção do campus e no transporte com o BUSP, com fechamento de serviços como borracharia e posto, e outros, como a pintura, que só não foram fechados pela força de resistência dos trabalhadores dessas unidades, que seguem na linha de frente das mobilizações, incluindo a paralisação desse dia 11/06, dando exemplo não só dos ataques que virão, mas de que só com lutas nós todos podemos defender nossos empregos, que estarão cada vez mais ameaçados. Um exemplo em outro sentido é o que acontece com os trabalhadores contratados pela FUNCRAF no hospital em Bauru: frente ao questionamento de que não se pode manter terceirização de atividades fim, a reitoria responde com demissões, e ameaça de demissão de mais centenas de trabalhadores.

Mas para seu objetivo Rodas precisa de uma coisa que ainda não conseguiu: arrancar de nós a memória das lutas dos últimos 10 anos, dos “388 dias de greves” duras (como denunciaram os jornais), ocupações e atos, que arrancaram as conquistas que temos hoje! Nada do que temos veio de presente, nem antes, nem de Rodas! E muitos ataques aos nossos direitos ou à qualidade da universidade só não foram implementados graças à luta! É preciso recolocar em prática essa tradição de luta – e a paralisação desse 11/06 e nosso ato em frente a reitoria, com 500 pessoas, confluindo com as trabalhadoras da Higilimp, e coordenado com os atos na Unicamp e UNESP, foi um passo nesse sentido -, e transmiti-la aos companheiros mais novos, e mostrar que não entregaremos salários, direitos nem empregos, e seguiremos lutando junto aos estudantes em defesa da universidade e por uma educação pública e de qualidade para todos!




Uma visão marxista sobre o que é a inflação

Por Domenico Colacicco, trabalhador da ECA e diretor do SINTUSP

As campanhas salariais levantam o tema da inflação, que desde o começo do ano vem sendo amplamente discutida pela mídia. Hoje ela está em 6,59% de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mas para os alimentos (maior parte do consumo para os trabalhadores) o aumento da cesta básica foi de 22,7% em São Paulo, nos últimos 12 meses, segundo o DIEESE. Este é um dos impactos no Brasil, que tende a se aprofundar, da crise econômica internacional, que por enquanto continua mais concentrada na Europa e Estados Unidos, mas cada vez mais se estendendo para a China e América Latina.



Mas então cabe perguntar, do ponto de vista dos marxistas, o que é a inflação? Marx, em um livro chamado “Salário, Preço e Lucro”, discute que a tendência do capitalismo é que a burguesia pague aos trabalhadores somente o mínimo necessário para sua sobrevivência, ao passo que fica com o restante da produção desses trabalhadores (a essa “sobra” roubada pelos patrões se dá o nome de “mais-valia”). Entretanto, na medida em que os trabalhadores se organizam e passam a lutar por melhores salários e condições de trabalho, os seus salários ganham um componente subjetivo, ou seja, uma parcela para além do seu custo mínimo de sobrevivência, referente a sua capacidade de organização e luta para arrancar uma parte dos lucros dos patrões para os seus próprios salários. A inflação é o aumento geral dos preços das mercadorias, ou a diminuição do poder de compra do dinheiro, como mecanismo utilizado pela burguesia para repassar os custos da produção de volta aos trabalhadores. Ou seja, a luta salarial é para nós, trabalhadores, não deixarmos que a burguesia aumente seus lucros à custa dos nossos salários. Contra a inflação e o arrocho salarial, devemos defender o reajuste automático dos salários de acordo com a inflação – o que no “Programa de Transição” escrito pelo revolucionário russo Leon Trosky se chama “Escalas móveis de salários” -, mas enquanto não conquistamos isso, devemos lutar para não deixar que a burguesia repasse para nós os custos da crise que ela mesma produziu.

Os trabalhadores bolivianos mostram o caminho


Por Marcello Pablito, trabalhador da SAS e diretor do SINTUSP

Neste mês de maio, vimos os trabalhadores bolivianos, com os mineiros à cabeça, protagonizarem grandes mobilizações contra a atual lei de aposentadoria deste país, que não é sustentada pelo governo, nem pelos patrões, mas sim com contribuições dos próprios trabalhadores, estes por sua vez, dificilmente conseguem se aposentar com salários dignos. Daí a demanda defendida pelos trabalhadores bolivianos de aposentadorias de 100% do valor dos salários sustentada pelo estado.

As manifestações massivas se enfrentaram com uma forte repressão do governo Evo Morales que prendeu centenas de ativistas, fez alarde de um suposto golpe organizado pela COB (Central Operária da Bolívia) e inclusive convocou os povos indígenas a defenderem “seu” governo – que na verdade os ataca - contra os trabalhadores. A classe operária é a mesma, e enfrenta os mesmos inimigos aqui, na Bolívia, ou em qualquer lugar do mundo, por isso estamos ao lado dos mineiros, professores, trabalhadores da saúde, e todos os bolivianos que se mobilizam pelo direito a uma aposentadoria digna neste momento. Também estaremos lado a lado dos trabalhadores bolivianos que hoje protagonizam a criação do IPT, “Instrumento Político dos Trabalhadores”, um partido dos trabalhadores, mas defendendo um partido baseado na independência dos trabalhadores da burguesia e no controle democrático pelos trabalhadores.


Todo apoio à greve dos trabalhadores terceirizados da Higilimp!

Pelo pagamento imediato dos salários! Avançar na luta pela efetivação sem concurso!
Por Diana Assunção, trabalhadora da FE-USP e diretora do SINTUSP



Nesta segunda (10/06), vimos explodir mais um conflito de trabalhadoras e trabalhadores terceirizadas na USP que começaram o dia em greve contra o não pagamento de metade dos salários e vale-refeição do mês de maio. As trabalhadoras da Higilimp – uma grande maioria de mulheres, e negras - marcharam até a reitoria, onde exigiram o pagamento dos honorários atrasados, e depois por toda a USP chamando as outras trabalhadoras a aderirem à paralisação. Cantando “chega de dinheiro para os empresários, eu quero meu salário!”, as trabalhadoras terceirizadas da USP escrevem mais um capítulo – nos anteriores estão as greves da Dima em 2005, da União e BKM em 2011, com suas lições – de uma longa história de lutas contra a precarização do trabalho a que estão cotidianamente submetidas.
Estas trabalhadoras se colocam hoje, e mais uma vez, na linha de frente de um importante combate dentro e fora da universidade, a luta contra a terceirização. Esta política nefasta tem como objetivo dividir os trabalhadores entre efetivos e precários, contratados por empresas diferentes, com sindicatos diferentes, enfraquecendo efetivos e, principalmente, terceirizados. Por isso, esses “calotes” não são exceção, mas parte do cotidiano dos terceirizados. Para piorar sua condição, seus sindicatos ao invés de defender seus interesses, defendem seus patrões. Ou seja, logo a universidade, um lugar de produção de conhecimento que deveria ser para a melhora da vida e libertação do povo da miséria, possui dentro dela trabalho semiescravo, com salários miseráveis, sem direitos, com altíssima rotatividade e sem qualquer direito de organização.




É fundamental que os trabalhadores efetivos e terceirizados se juntem para combater mais este absurdo que acontece, exigindo da reitoria, que é responsável em primeiro lugar pela contratação destas empresas fraudulentas, o pagamento dos salários e benefícios atrasados, mas não só isso! É absurdo que todos os terceirizados não possam, como mínimo, usufruir das creches, restaurantes, CEPEUSP, BUSP, etc! É necessário lutar para que estes trabalhadores tenham o direito de se organizar também ao lado dos trabalhadores da USP, e recebam salários iguais para funções iguais, e não três ou quatro vezes menos que os efetivos, como hoje! Por isso defendemos a contratação dos terceirizados aos quadros da universidade sem concurso público, afinal se a prova de concurso tem como objetivo justamente determinar a competência dos concorrentes para determinadas funções, estes trabalhadores já provam no seu dia a dia a sua capacidade de executar os seus trabalhos, além de que se fossem submetidos a concurso público para trabalharem na universidade – posição que a ADUSP infelizmente vem defendendo no Fórum das 6 – provavelmente estes trabalhadores não passariam, pois ocupam estes trabalhos mais precários justamente pelas dificuldades que acumulam ao longo da vida. Ou seja, lado a lado, efetivos e terceirizados, defendemos a efetivação sem concurso público, a unidade das fileiras operárias, pois a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores!


CONTRA O AUMENTO DOS TRANSPORTES DE ALCKMIN E HADDAD!

FORTALECER OS ATOS, PELA ESTATIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO!
LIBERDADE IMEDIATA DOS PRESOS NAS MANIFESTAÇÕES!



Mais uma vez os governos aumentam as tarifas em São Paulo para
garantir os enormes lucros das empresas do transporte público, cada vez
mais privatizado e com pior qualidade. A imprensa chama de vandalismo e
“violência” as manifestações legítimas, mas “violência” são as milhares de
mortes causadas pela burguesia com miséria, assassinatos de indígenas,
repressão, acidentes de trabalho e um longo “etc”. “Violência” é a repressão
brutal ocorrida nesses atos, e a absurda prisão de manifestantes!
É preciso lutar para barrar o aumento, mas não como fizeram algumas 
prefeituras, e começa a propor Haddad, compensando com aumentos
milionários de isenções e subsídios para as empresas, que da mesma
forma pagamos com impostos, e sim questionando seus lucros, lutando
pela estatização do transporte público, para garantir o passe livre já para
estudantes e desempregados!