VIVA AS MANIFESTAÇÕES DA JUVENTUDE EM TODO O PAÍS! É A HORA DE ARRANCAR TODOS OS NOSSOS DIREITOS! NÓS, TRABALHADORES, PRECISAMOS NOS ORGANIZAR, COM NOSSOS MÉTODOS E DEMANDAS!
Nas ruas, os jovens nos mostram o caminho!
por Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP demitido político
Nas últimas semanas a juventude brasileira provou que no Brasil
também é possível dobrar a intransigência de governos e empresários, a exemplo
do que provaram as imensas mobilizações da
“Primavera Árabe” e as lutas que também explodiram em vários países da Europa e
América Latina, em que a juventude vem demonstrando que a única forma de
obrigar os governos a ouvirem os anseios dos explorados e dos oprimidos é
unindo as centenas de milhares e tomando as ruas para exigir o atendimento de
suas reivindicações.
Aqui, depois de mandarem a policia assassina reprimir
selvagemente as primeiras manifestações contra o aumento das passagens dos
ônibus, trens e metrô de São Paulo – o que segue como prática dos diferentes
governos em todo o país, com centenas de presos e 5 mortos reconhecidos, além
dos mortos nos protestos das periferias, confundidos nos assassinatos policiais
já rotineiros - e jurar que não baixariam os preços das passagens, o Prefeito
Haddad do PT e o governador Alckmin do PSDB foram obrigados a revogar sim o
aumento, frente às centenas de milhares de manifestantes que tomaram as ruas de
São Paulo. Mais de um milhão de pessoas, jovens em sua maioria, ganharam as
ruas das principais cidades do país e obrigaram governos e prefeitos a
retrocederem nos aumentos das passagens. Mas a juventude sente e sabe que seus
problemas são muito maiores do que os aumentos das passagens que foram
revogados e por isso ela continua nas ruas lutando e protestando.
Nós, trabalhadores, não podemos fazer diferente; devemos
parar as fábricas, as empresas de transporte, de trens e metrô, as escolas e o
comércio, devemos levantar os problemas da nossa classe e as nossas
reivindicações e nos juntarmos às centenas de milhares de jovens que estão nas
ruas e lutarmos por elas.
NOSSA PRIMEIRA EXIGENCIA DEVE SER A LIBERDADE DE TODOS OS
LUTADORES PRESOS NAS MANIFESTAÇÕES E FIM DE TODOS OS PROCESSOS, EM TODO O PAÍS!
FIM DO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA E POBRE E PUNIÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELAS
MORTES!
Transporte gratuito e estatal!
Cara de pau, Haddad, depois de ser obrigado a revogar o
aumento das passagens, perguntou: quem iria pagar a conta? E disse que seria
obrigado a retirar dinheiro da saúde e da educação para poder aumentar os
subsídios pagos pelo município à máfia dos transportes, virando a conquista do
povo contra ele. Se Haddad quer saber de onde tirar dinheiro, os trabalhadores
e a juventude devem exigir: ABRAM OS LIVROS CAIXAS DA PREFEITURA E DO ESTADO E DE
TODAS AS EMPRESAS DE ÔNIBUS, DE TRENS E METRÔ, para que todos possamos ver o
quanto os mafiosos amigos do Alckmin, do Haddad, e do seu parceiro Maluf
faturam por mês roubando o pão dos nossos filhos e tirando da saúde e da
educação. Se Haddad não sabe de onde mais tirar dinheiro para continuar
enriquecendo seus amigos ladrões, os trabalhadores e a juventude devem exigir:
NENHUM CENTAVO MAIS DOS NOSSOS MINGUADOS SALÁRIOS E DOS NOSSOS IMPOSTOS PARA
ENRIQUECER LADRÕES! ESTATIZAÇÃO DE TODOS OS MEIOS DE TRANSPORTE COLETIVO, SEM
INDENIZAÇÃO A NENHUM EMPRESARIOS, E TRANSPORTE GRATUITO PARA JOVENS,
ESTUDANTES, DESEMPREGADOS E APOSENTADOS!
Mais médicos e mais professores, mais escolas, hospitais, postos de saúde e medicamentos para a população pobre e trabalhadora!
Enquanto Haddad e o Alckmin se preocupam em garantir os
lucros da máfia dos transportes (mais de R$1 bi a mais em subsídios), e Dilma
gasta R$ 28 bilhões na construção de estádios superfaturados, nossos filhos
saem das escolas públicas sem condições de para passar num concurso público e
muito menos no vestibular. Enquanto parlamentares, juízes e o alto escalão do
poder público vivem com privilégios sem fim, pagos por nossos impostos (além
dos salários de 27 ou 39 mil reais, são 323 salários mínimos para o gabinete de
cada senador, fazendo com que só os parlamentares custem R$ 20 bi, que somados
ao calculado em negociatas e desvios regulares chegam a R$79 bi), os
trabalhadores e o povo pobre que não podem pagar convênios para a máfia da
medicina privada, morrem às centenas todos os dias, pois não há médicos, nem
hospitais e postos de saúde suficientes para atender a demanda. Faltam
inclusive medicamentos e insumo. A falta de investimentos do governo federal,
dos governos estaduais e municipais em saúde está literalmente matando milhares
de pessoas todos os anos.
CHEGA DE GASTOS COM COPAS E OLIMPÍADAS! MAIS VERBAS PARA A
SAÚDE E A EDUCAÇÃO, PÚBLICAS!QUE OS POLÍTICOS E FUNCIONÁRIOS DO ALTO ESCALÃO DO
PODER PÚBLICO GANHEM O MESMO QUE UM PROFESSOR!
Basta de desemprego, de precarização e arrocho
Entre os maiores males que afeta os trabalhadores e juventude
do Brasil estão o desemprego, o trabalho precário e o salário de miséria. O
salario mínimo necessário para atender as necessidades básicas de uma família
com quatro pessoas está calculado em R$ 2.873,56. Mas, milhões de trabalhadores
que ocupam postos de trabalho precário ou terceirizado ganham menos de R$
700,00, ou seja, um quarto do salário necessário – uma realidade profunda em
todo o país, e também aqui na USP, como escancaram as greves das companheiras
terceirizadas, como fizeram as trabalhadoras da Higilimp, conquistando da
empresa e da USP o pagamento dos salários e direitos com sua organização,
greve, e fechamento da reitoria por 11 dias; por isso é fundamental lutar PELO
FIM DA TERCEIRIZAÇÃO, COM A EFETIVAÇÃO DE TODAS E TODOS, SEM NECESSIDADE DE
CONCURSO PÚBLICO! Mais de 50% dos trabalhadores com carteira assinada ganham
menos de R$1.500,00. Na outra face dessa moeda, temos dezenas de milhões de
jovens sem escola, que não encontram nem trabalho e nem futuro.
Lutemos nas Ruas por: Piso nacional de salário igual ao salário
mínimo do DIEESE: hoje R$ 2.873,56! Pela redução da jornada de trabalho, sem
redução de salários, divisão social das horas de trabalho disponíveis. Todos
trabalhando menos para que todos possam trabalhar!
- 26/6 – Assembléia Geral dos trabalhadores da USP – 12h30, no SINTUSP
- 27/6 – Dia Nacional de Lutas, chamado pela CSP-Conlutas como parte das mobilizações em todo o país! Ato unificado das estaduais paulistas, na reitoria da UNESP, chamado pelo Fórum das Seis – em Frente à Reitoria da UNESP (Anhangabaú), a partir das 9hOrganizar reuniões de unidade e participar da assembleia, para discutir o ato, paralisação, e medidas de luta dos trabalhadores da USP, em resposta a esses chamados e como parte das manifestações nacionalmente!
- 28/6 – Ato em Osasco, pela Estatização de todo o transporte público, sem indenização! – 17h, na estação Osasco da CPTM
Contra a “cura gay”, Fora Marco Feliciano! Em defesa de um estado laico!
Por Diana Assunção, trabalhadora da FE-USP e diretora do
SINTUSP
Na última terça-feira, dia 18/06, a Comissão de Direitos
Humanos e Minorias, presidida pelo pastor evangélico Marco Feliciano, aprovou o
projeto conhecido como “cura gay”. Este projeto permite que todos aqueles que
não se enquadrem nos padrões de relacionamento afetivo e sexual
heteronormativos (entre sexos diferentes) sejam tratados como portadores de uma
doença! Isso significa um enorme retrocesso não apenas para os homossexuais,
mas para toda a sociedade na medida em que permite que a Igreja, através do
Estado, possa determinar e impor autoritariamente a toda a sociedade seus
padrões de moralidade e costumes, atacando o direito democrático de que cada um
possa decidir livremente como e com quem quer se relacionar, um verdadeiro
absurdo. Não bastasse o conteúdo racista de outras declarações do pastor Marco
Feliciano, é ainda mais indignante que
este projeto tenha sido aprovado a partir das negociatas de cargos em troca de
apoio político de partidos como o PSC ao governo de Dilma.
Fora Feliciano! Defendemos um Estado laico, sem a
interferência da Igreja, o direito ao matrimônio igualitário, ao aborto legal,
livre, seguro e gratuito, o direito à adoção e demais direitos civis aos
homossexuais, travestis e transexuais, o fim do acordo Brasil-Vaticano, do
ensino religioso, do repasse de dinheiro público às igrejas!
Que os trabalhadores e a juventude em luta não sigam enganados: Suprimir as liberdades de expressão dos trabalhadores e suas organizações só interessa aos governos, aos patrões e aos fascistas!
Por Marcello Pablito, trabalhador da SAS e diretor
do SINTUSP
Ao contrário do que os ingênuos pensam e do que os
hipócritas dizem, as manifestações não calaram todos os partidos e
organizações. As vozes dos partidos, das instituições e organizações da
burguesia continuam se expressando em todo país, nas declarações de Dilma,
Alckmin, Aécio Neves e mais dezenas de governadores, ministros e parlamentares
do PT, PSDB, PMDB, PCdoB e etc., que são levados ao ar pelos microfones da
Globo, SBT, Band, Record e etc. Por isso, o rechaço aos partidos, correntes,
sindicatos e demais organizações operarias e populares nas manifestações, na
verdade só cala as vozes dos trabalhadores organizados. Por isso, os Srs.
Willian Bonner, Boris Cazoy e demais porta-vozes da burguesia rejubilam-se
quando mostram os partidos e organizações operárias sendo rechaçados por
manifestantes.
Quem proibiu os partidos e a organização política
foi a ditadura militar, com o AI-5! O rechaço legítimo aos partidos dos
exploradores e à traição do PT não pode se virar contra os trabalhadores! O que
acontece é sim político, e os trabalhadores precisam se organizar
politicamente!
Liberdade de existência e expressão a todos os
partidos e organizações operárias e populares que, por defenderem os direitos
dos trabalhadores, têm muito pouco ou nenhum espaço para se expressar em
rádios, jornais e televisões!